Por um plano socialista para produção de energia na Amazônia
paraense
O governo e a grande mídia criam um discurso de
que quem é contra os grandes projetos hidrelétricos no país é contra o desenvolvimento,
contra a tecnologia, que essas pessoas deveriam ir morar em ilhas isoladas, sem
eletricidade e sem nenhum tipo de tecnologia.
Esse discurso sectário e reacionário é pura
demagogia para esconder os verdadeiros interesses do capital para Amazônia –
especialmente o grande capital estrangeiro. Belo Monte é a maior prova disso,
um projeto pensado no governo Militar e que foi retomado pelo governo do PT.
Mas a grande armadilha desse discurso, que
muitas vezes mesmo os círculos da esquerda caem é de rebater esse discurso
apenas apontando para geração de energia para desenvolver o país com menores
impactos. Essa é uma questão importante. Mas para nós do PSTU o fundamental do
problema está na forma do desenvolvimento capitalista implantado no Brasil,
especialmente na Amazônia.
A inserção do Brasil na divisão internacional do
trabalho é do país como fornecedor de produtos primários, pouco
industrializados, ou manufaturados. Somos o chamado “celeiro do mundo”. Exportamos minério e produtos agrícolas. A
isso se limita a produção brasileira para o mercado internacional. O problema é
que esse tipo de industria é a que mais destrói o meio ambiente, emprega pouca
mão de obra e com pouca especialização e consome quantidades cavalares de
energia elétrica. Vários países proibiram indústrias de papel e de alumínio,
por exemplo. O Japão fez isso na década de 1980.
Nós não produzimos tecnologia, somos uma colônia
tecnológica importamos quase tudo que precisamos neste campo. Esse sempre foi o
plano do imperialismo para o Brasil. Somos a mão de obra barata para fazer
coisas simples, sem especialização. Por isso, o governo não investe em
desenvolvimento científico.
O governo brasileiro, orientado pelos organismos
de controle do imperialismo, vai na contramão das necessidade do povo e dos
trabalhadores brasileiros e quer expandir exponencialmente a produção de
produtos primários manufaturados e semi-industrializados. O que significa que
muitos Belo Montes ainda vem por aí, como é o caso do complexo hidrelétrico no
rio Tapajós, que será composto por 5 hidrelétricas.
Por uma saída socialista dos trabalhadores para
produção de energia no Pará
Todas as saídas apontadas para resolver o
problema energético no Pará e no Brasil dentro do sistema capitalista estão
fadadas a fracassar. O problema da produção energética reside essencialmente na
própria forma de desenvolvimento capitalista implantado no Brasil,
especialmente na Amazônia.
O Pará é um dos estados que mais contribui com a
balança comercial brasileira. Não ao contrário disso, mas exatamente por conta
disso, somos um dos estados mais pobres, mais espoliados, vivemos um verdadeiro
saque das riquezas do nosso estado por empresas inescrupulosas, em sua maioria,
transnacionais ligadas ao capital financeiro norte americano e europeu. Mesmo a
Vale considerada uma das maiores empresas brasileiras, hoje é dominada pelo
capital financeiro internacional.
É preciso inverter as prioridades da indústria,
produzir bens de consumo para melhorar a vida das pessoas no Brasil, em
especial na região Amazônica. Parar de expandir a produção dos chamados
eletrointensivos e investir em tecnologia para que possamos aproveitar a
produção que já está instalada para produzir produtos com valor econômico e
social agregados, gerando mais empregados e empregos melhores.
Teríamos
um aproveitamento melhor dos nossos recursos, isso permitiria investir também
em tecnologias alternativas de produção de energia e renovar os equipamentos do
sistema aumentando a quantidade de energia disponível sem precisar construir
nenhuma nova usina.
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