O governo do estado segue sem respostas concretas após a
chacina que aconteceu nos bairros da periferia de Belém durante a última
terça-feira (04/11). O número de mortes confirmadas aumentou para 11 e a
população segue insegura e com muitas dúvidas sobre o caso. Enquanto isso, o
atual governador Simão Jatene (PSDB) parece caçoar dos moradores que clamam por
paz.
O governo já tentou se omitir da responsabilidade culpando
os boatos nas redes sociais. Agora, tenta responsabilizar a população. Em
entrevista coletiva concedida ontem (06/11), o governador chegou a dizer que a
população pode ajudar a diminuir casos de violência. Para isso, bastaria que
evitassem alguns lugares e horários.
Como se já não bastasse a população de Belém ter que
aguentar ruas sem iluminação e a falta do transporte noturno, agora ela também
passa a ser responsável pelo descontrole da violência na capital. Um verdadeiro
absurdo!
A responsabilidade do que aconteceu na última terça-feira é
do Estado, do PSDB de Jatene e Zenaldo, que transformam a cidade em um
verdadeiro caos, com a falta de investimentos em segurança, educação, esportes.
Exigimos a investigação e a punição dos responsáveis por
todos os crimes cometidos. Mesmo com a confirmação de 11 mortes, há relatos
feitos por moradores de vários bairros que a matança pode ter sido muito maior.
Há fortes indícios de que o que acontece, é fruto da ação de
policiais para vingar a morte do Cabo Figueiredo. Mesmo sem provas, não é fácil
acreditar nessa versão. Afinal, o que aconteceu na terça-feira não é novidade
nas periferias das grandes capitais. E não é novidade para Belém. Em novembro
de 2011, o militar Rosivan Moraes Almeida assassinou 6 adolescentes no distrito
de Icoaraci.
É preciso intensificar os debates
e a luta pela desmilitarização da PM. Essa instituição, filha da ditadura
militar, já deu provas de que não seve aos trabalhadores e à população pobre da
periferia. Só com uma polícia civil unificada, controlada pela população, com
eleição direta para os oficiais, garantindo direito à greve e voltada para a
atuação comunitária poderá ter fim o caráter autoritário e repressor das
polícias brasileiras. A intimidação também não pode nos calar. Neste mês da
Consciência Negra, mais do que nunca, é necessário resistir!
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