29 de maio de 2015

Protestos marcam Dia Nacional de Paralisação na Região Metropolitana de Belém

"Parou! Parou! Parou!", gritavam os trabalhadores da construção civil no momento em que saiam do canteiro de obras e tomavam as ruas da cidade. Revoltados com as medidas do governo Dilma (PT), os operários de Belém, Ananindeua e Marituba se somaram ao “Dia Nacional de Paralisação e Mobilização” convocado pelas centrais sindicais. Nos principais pontos da região metropolitana, como Augusto Montenegro, BR, Doca e Jurunas, não eram os carros que circulavam pelas ruas, mas os trabalhadores.  
“A cidade está doida”, chegou a falar um radialista. “A cidade está acordando”, rebatiam os operários. Com pneus que encontravam nas ruas, faziam barricadas e ateavam fogo para impedir o avanço daqueles que se recusavam a entender que hoje é dia de luta. "A classe operária do país se une para exigir do governo federal que revogue as medidas que retiram o direito dos trabalhadores e que arquive o projeto 4330, das terceirizações. Não é possível que em momentos de crise os governos tirem de quem não tem para dar para os empresários. Basta de ataques aos nossos direitos!", disse o operário e vereador de Belém pelo PSTU, Cleber Rabelo. 
Assim como eles, outras categorias paralisaram suas atividades para se somar ao dia de paralisação chamado pelas centrais CSP-Conlutas, CUT, CTB, Nova Central, UGT e Intersindical. Técnicos e professores das universidades federais – UFPA, UFRA, UFOPA e UNIFESSPA - que estão em greve desde ontem (28) denunciaram o descaso com a educação na “pátria educadora”, com corte de mais de R$ 9 bilhões no orçamento. 
Em nível municipal, a grande denúncia foi a votação da Câmara de Vereadores que aprovou, por meio de um golpe, o projeto de lei do vereador Victor Cunha (PTB) que retira o sindicado dos comerciários das negociações sobre o horário de funcionamento dos supermercados. A projeto, aprovado por todos os vereadores presentes deixa os trabalhadores a mercê da vontade dos supermercadistas, obrigando o retorno do trabalho 24 horas, domingos e feriados sem o pagamento de hora-extra. 
“Os governos do PSDB também não ficam atrás”, disse Cleber. Para ele, Zenaldo e Jatene seguem na mesma linha do governo federal, sem investir em áreas importantes, como saúde, educação e segurança e planejando golpes contra os trabalhadores: “o projeto do prefeito de Belém que quer se apropriar do dinheiro do vale-digital dos trabalhdores é um grande exemplo disso”, afirma. 
Em frente ao supermercado "Líder", na avenida Visconde de Souza Franco (Doca), os manifestantes se reuniram para finalizar o ato. “Este foi um passo importante que demonstrou a necessidade da unidade das centrais sindicais e dos movimentos sociais para derrotar os ataques dos governos. Mais do que isso, precisamos construir, juntos, uma greve geral neste país”, finalizou o coordenador estadual da CSP-Conlutas, Abel Ribeiro. 


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