6 de outubro de 2015

Cosanpa: entre cortes de investimentos e a privatização

Por J.P, trabalhador da Cosanpa

Atenção, povo paraense! O governo Jatene prepara mais um ataque à  vida do trabalhador: pretende aumentar a conta de água!.Essa é a intenção do governador,que também quer privatizar a Companhia de Saneamento.
O sucateamento da Companhia não vem de agora. Ana Júlia Carepa (PT) já tentou privatizar a Companhia mas não conseguiu. Agora o governo do PSDB vem propositalmente cortando investimentos no abastecimento de água para tentar entregar este patrimônio aos seus amigos empresários.
Foto: Ney Marcondes/ Diário do Pará 
Quem sofre são os trabalhadores com os cortes diários de fornecimento. Falta água,mas a conta não deixa de chegar. Além do mais, é bom lembrar que a própria empresa desperdiça pelo menos 40% da própria água tratada por ela, segundo o Instituto Trata Brasil. Não tem como duvidar disso, são constantes e visíveis os vazamentos na caixa d'água de São Braz, a mais famosa da Cosanpa. Em Julho, devido um pane no sistema de comando do Bolonha, pelo menos metade da cidade de Belém sofreu com vários dias sem água na torneira. Após esse pane, outras interrupções aconteceram em vários bairros durante esses três meses. Não tem como duvidar,o serviço piorou muito neste curto período.

A máfia da privatização 
A privatização e o aumento do preço da água são muito bem esquematizados pelo governador. Começa antes de sua eleição, quando as empresas financiam sua campanha eleitoral. Depois de eleito, o governo faz da Cosanpa um cabide de empregos, aumenta os gastos superficiais e corta investimentos essenciais. Jatene piora os serviços de propósito para justificar a venda do patrimônio público. Depois pede ajuda da imprensa para culpar os usuários pelo sucateamento. A Liberal faz reportagens sobre os problemas, mas não aponta as causas :a falta de investimentos. A mídia se vende para espalhar a ideia de que a privatização vai ser a solução.

Celpa e Cosanpa esvaziando a sua carteira


A Celpa é o melhor exemplo do que a privatização gera: desemprego, aumento de preço, péssima qualidade de serviço etc. Neste caso, os únicos beneficiados foram os acionistas que compraram a Celpa. Muitos funcionários foram demitidos, demora em religamentos e manutenções, além de um preço de energia cada vez mais absurdo. Agora, pense: se a facada da Celpa já dói no bolso, imagine Celpa e Cosanpa transferindo sua renda para os empresários do Jatene. Não podemos aceitar!

Saneamento não é mercadoria 
A saída para melhorar o serviço e a empresa não passa pelo aumento da tarifa/privatização. Um bem tão importante como este não poderia ser negado à população. Há pesquisas que indicam que para cada 1 real investido em saneamento, 4 são economizados na saúde pública. Investir em saneamento é evitar doenças e faltas ao trabalho, é investir no bem estar e saúde. Infelizmente o nosso estado possui os piores índices de saneamento do Brasil: 0% de esgotamento em Ananindeua e Santarém, 7% de esgotamento na capital. Tem mais: somente 26% da população de Ananindeua tem acesso a água tratada e Belém tem 45,7% de perda do faturamento.Isso ocorre porque a água virou mercadoria à serviço do lucro, o governo terceiriza os serviços mais importantes, paga caro às empresas e coloca o lucro acima das necessidades humanas.
Não adianta cortar o fornecimento aos imóveis e aumentar as cobranças porque a nossa população vive com poucos recursos. 40% da população paraense vive com um salário mínimo. Nossa cesta básica paraense consome metade da renda de um salário mínimo. O governo Dilma (PT) está aumentando juros, as famílias estão pagando muito caro aos bancos, mas estão cada vez mais endividadas. Sem contar gastos com saúde, energia etc. 
A saída começa com a transformação da Cosanpa em uma empresa 100% estatal. A partir daí, teremos melhores condições para transformar a água num bem à serviço dos trabalhadores e não em uma mercadoria a serviço de negócios.




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